Encontrar a “cara-metade” parece não ser tarefa muito fácil. Topar com alguém com quem a gente consiga desenrolar o novelo (diálogo, olhar, diversão, desejo, família, trabalho, dores, alegria…), enfim, com quem se tenha a possibilidade de partilhar a vida, pode depender de sorte num primeiro momento, mas ao longo do tempo é preciso bem mais do que isso. Relacionamentos são construções em parceria, e provavelmente o preponderante será o investimento de energia, amor, paciência e tantos outros atributos.
Mas, assim como um dia a literatura romântica deu lugar a outras tendências, o amor romântico teria acabado? A noção de amor romântico antes em voga era prima-irmã do romantismo literário. Não é possível saber o quanto a literatura influenciou o ideal de amor celebrado pela cultura ocidental nos últimos séculos, mas pode-se dizer que hoje, mais do que nunca, ficção e realidade misturam-se dentro de cada um de nós. Ao nos explicar e propor mundos de fantasia, a literatura, assim como o cinema, revela, por exemplo, como num único gesto amoroso pode estar todo o amor do mundo.
Ana Maria Machado e Moacyr Scliar conversam sobre o amor num debate instigante, recheado de boas histórias e muita beleza.