As trajetórias de índios e imigrantes, generais e comunistas, comerciantes e intelectuais entrecruzam-se nesta narrativa trepidante e bem-humorada, que oscila entre os grandes conflitos do Brasil e problemas de relacionamento familiar
Gloriosas imagens e sombrios espectros povoam a imaginação do narrador desta história, que luta pela sobrevivência num leito de UTI. As gloriosas imagens são as de seu amigo de infância, Noel Nutels. Os dois são judeus russos, os dois vieram para o Brasil em 1921, e então seus caminhos se separam. Nutels, intelectual de esquerda, forma-se em medicina e consagra sua vida à causa dos índios.
O narrador vê a vida passar numa lojinha do bairro paulistano do Bom Retiro. Os sombrios espectros são as figuras reais ou imaginárias que perseguem o narrador: índios cujo cemitério supostamente fica no subsolo de sua loja, cossacos que querem exterminá-lo. Frustrado pelo trabalho medíocre, em constante conflito com a mulher e o filho, ele vê o amigo Noel como a figura que ilumina e dá sentido a sua existência.
A Majestade do Xingu é um livro sobre destinos brasileiros, cobrindo várias décadas da história recente do Brasil e reportando-se a episódios como a luta dos militantes comunistas, o extermínio dos índios no Xingu e o golpe militar de 1964.