As crônicas de Scliar
A crônica é um capítulo à parte na carreira de Moacyr Scliar. A partir dos anos 70, dedicou-se com afinco a esse gênero, com presença constante em jornais de grande circulação. De 1973 até 2011, escreveu semanalmente para o jornal Zero Hora sobre temas cotidianos, saúde, bem-estar e atualidades. Em 1993, passou a assinar uma coluna na Folha de S. Paulo, criando histórias de ficção sobre fatos reais.
Este espaço é dedicado a uma seleção das crônicas escritas por Scliar para estes dois veículos de comunicação. Com seu olhar aguçado, o autor usa como matéria-prima detalhes do cotidiano, sempre permeado pelo humor.
Nas palavras do próprio Scliar, a crônica é um respiradouro, uma brecha na massa não raro sufocante de notícias. E é um gênero literário eminentemente brasileiro, que nas mãos de grandes cronistas, deu verdadeiras obras-primas. Com seu característico de mensagem pessoal, a crônica humaniza o veículo, alegra e comove o leitor.
Os sonhos da rua Vasco da Gama
Moacyr Scliar fala da adolescência e de como gostava de caminhar pela cidade. Descreve o apartamento da Vasco, onde ele tinha o seu quarto, com uma máquina de escrever. “Aquele foi um quarto de sonhos, e cada vez que passo pelo lugar vejo, na janela, o jovem magro, inquieto, entregue a seus devaneios sobre um mundo melhor. Visão nostálgica e consoladora”.
Por onde andam as mães dos órfãos
Mães também morrem. E para onde vão as mães que morrem senão para o Céu, com C maiúsculo? Se o Céu existe, é delas.
Uma de 50 ou duas de 25?
Além dos veteranos casais que nos comovem como símbolo de fidelidade, há também os formados por homem maduro e mulher jovem.
As mães de 1964
Texto muito tocante. Moacyr Scliar fala das mães guerreiras que se tornaram símbolo da luta contra a a ditadura. Entre elas, a dona Maria e da Lara de Lemos.
Uma grande mulher
Foi um gaúcho, Raul Bopp, que apelidou Patricia Galvão de Pagu. O modernista Bopp achou que o seu nome era Patrícia Goulart e fez a apressada abreviação.